MÃE GAIA (Marco Melo, 13/08/2017)


MÃE GAIA (13/08/2017) Gaia-Gea, nossa Mãe-Planeta Nossa Mãe-Terra Tu que foste forte Hirta e verdejante Honrada e robusta Mãe fértil de tantos filhos-bichos e plantas Tu fizeste um filho ingrato Glutão e insensato Cujo ato e comportamento Mais parece uma doença ruim Um cancro em seu peito Geraste um tumor maligno Vejo as lágrimas dos pajés e dos xamãs Dos druidas e das feiticeiras Rolarem nas últimas matas ciliares e cachoeiras Um pranto seco de pasto e agroindústria Vejo a queima do óleo preto Que alimenta escavadeiras A ferirem seu busto e seio Vejo a bomba suja da vergonha bélica Que mata sem distinção Vejo a fumaça cinza Que sai da vil máquina do estado Podre, fétido, corrupto e vagabundo Choro por ti, Mãe-Gaia Oro para que sobreviva Para que se cure desta espécie Para que aborte este filho podre Que cresce em seu ventre...

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